Tragédia no Jardim Itamaraty: Linha Cortante Causa Morte de Motociclista e Desperta Leis Rigorosas

Tragédia no Jardim Itamaraty: Linha Cortante Causa Morte de Motociclista e Desperta Leis Rigorosas. Aprovado pela Câmara dos Deputados, o Projeto de Lei 402/11 proíbe a fabricação e uso de linhas cortantes, como o cerol, com penas de detenção e multas. A lei, que inclui penalidades para fornecedores e campanhas educativas, visa proteger a vida e a segurança pública, transformando o cenário de risco associado a essas práticas perigosas.

NA MÍDIA

9/2/20246 min read

Tragédia no Jardim Itamaraty: Linha Cortante Causa Morte de Motociclista e Desperta Leis Rigorosas

No Jardim Itamaraty, em Leme, onde o sol da tarde de domingo projetava seus últimos raios sobre a cidade, uma tragédia tomou conta das ruas silenciosas da Avenida Visconde de Nova Granada. Renato Cordeiro dos Santos, de 37 anos, seguia tranquilamente em sua Honda XRE 300, quando uma linha mortal de cerol cruzou seu caminho. A linha, fina como um fio de aranha e cortante como lâmina de aço, encontrou o pescoço do motociclista, fazendo com que sua vida se esvaísse em um instante.

O cenário, até então pacífico, tornou-se palco de dor e desesperança. A Polícia Militar, acionada pelo Copom, chegou ao local e encontrou Renato já desfalecido. O Corpo de Bombeiros, chegando em seguida, confirmou o que ninguém queria acreditar: a perda irreparável de uma vida. Maria do Socorro Cordeiro dos Santos, mãe da vítima, chegou ao local pouco depois, envolta em uma nuvem de luto e incredulidade.

A perícia técnica, liderada pelo perito Capristo e pelo fotógrafo Jadir, iniciou seus trabalhos enquanto a cidade se preparava para enfrentar a realidade amarga. O laudo, registrado sob o número L636/24, irá contar a história do trágico incidente que, infelizmente, poderia ter sido evitado.

Enquanto isso, a discussão sobre o cerol, um perigoso acessório que ganhou notoriedade por suas consequências fatais, avança no Congresso. Uma proposta de lei em tramitação na Câmara dos Deputados sugere penas severas para quem usar ou comercializar essa linha mortal, refletindo a urgência de um debate que pode salvar vidas.

No calor das discussões legislativas, um projeto de lei que promete mudar o cenário de segurança pública no Brasil avançou com significativa aprovação. No dia 6 de fevereiro de 2024, a Câmara dos Deputados, em um ato que ecoou como um firme golpe contra o uso de linhas cortantes, aprovou o Projeto de Lei 402/11. De autoria da ex-deputada Nilda Gondim, a proposta, agora transformada em um substitutivo pelo deputado Coronel Telhada (PP-SP), busca extirpar da realidade brasileira a ameaça representada pelo cerol e por linhas semelhantes.

A nova lei, que ainda aguarda a aprovação do Senado, estabelece penas de detenção e multas rigorosas para a fabricação, comercialização e uso de tais linhas. A inovação do substitutivo também cria uma exceção para competições esportivas, permitindo o uso de linha cortante apenas em eventos controlados onde participem apenas adultos e adolescentes com 16 anos ou mais.

Conhecida em algumas regiões como linha chilena, o cerol é fabricado com vidro moído e cola, criando uma substância mortal que, além de ser uma ferramenta de diversão perigosa, se revela uma ameaça real à segurança pública. O relator, Coronel Telhada, chamou a atenção para o crescente número de acidentes, destacando que muitos motociclistas são vítimas dessa prática inconsequente. A introdução de varetas de proteção nas motocicletas, sugerida em resposta a esses acidentes, é um exemplo das medidas emergenciais que têm sido necessárias.

Além dos riscos humanos, o cerol também compromete a infraestrutura urbana, causando danos à fiação elétrica e provocando quedas de energia. A aprovação deste projeto de lei é um passo crucial para a proteção da vida e a segurança pública, sinalizando uma nova era de responsabilidade e regulamentação.

A nova legislação, que visa erradicar a ameaça das linhas cortantes, faz uma divisão clara entre o ambiente de competição e o lazer privado, abrangendo tanto áreas urbanas quanto rurais. A partir da aprovação do Projeto de Lei 402/11, o cerol e suas variantes se tornam vilões proibidos, e a sua comercialização para menores de idade será estritamente penalizada. Os fornecedores que permitirem a venda dessas linhas a menores serão responsabilizados objetivamente por quaisquer danos resultantes do uso impróprio, criando uma rede de proteção que vai além das intenções legais e adentra a responsabilidade prática.

O Código Penal, que agora inclui disposições específicas sobre o cerol, estabelece penas severas para a fabricação, venda e uso dessa linha mortal. A detenção pode variar de um a três anos, acompanhada de multas significativas. Para os estabelecimentos que ignorarem a nova lei, a consequência é a cassação da licença de funcionamento, um golpe duro para quem optar pelo descumprimento.

Mesmo que o uso do cerol seja voltado para fins recreativos, a lei não faz distinção. As sanções se aplicam, inclusive a uma distância de até mil metros de vias públicas e rodovias, e também em propriedades privadas. Além disso, o Código Penal qualifica o uso de linhas cortantes em pipas e balões como um agravante para crimes de dano ao patrimônio, com penas que podem chegar a três anos de detenção e multa. Esta legislação representa um avanço significativo no combate à imprudência e na proteção da integridade pública.

A nova legislação, que abrange a proibição do uso de linhas cortantes, também estabelece medidas claras para lidar com a situação quando a violação é cometida por menores de idade. Nestes casos, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) impõe uma multa que varia de 6 a 40 salários de referência ao responsável legal, com o valor dobrado em caso de reincidência. Essa abordagem não só busca punir os responsáveis, mas também conscientizar sobre a gravidade da situação e a necessidade de vigilância.

A partir da promulgação da lei, a educação e a prevenção ganharão destaque. O poder público está incumbido de promover, anualmente, campanhas de conscientização sobre os perigos das linhas cortantes, veiculando essas mensagens tanto na mídia quanto nas redes de ensino fundamental e médio. O objetivo é disseminar informações cruciais sobre os riscos e as consequências do uso dessas linhas em pipas, balões e produtos similares.

No entanto, a legislação prevê uma exceção para o uso industrial, técnico ou científico das linhas cortantes, desde que não haja risco para terceiros. Para esses casos, a administração pública poderá conceder autorizações específicas, controlando rigorosamente a fabricação e a comercialização. A venda livre continua proibida.

As penalidades para fabricantes e comerciantes de linhas cortantes incluem apreensão dos produtos, advertência, suspensão ou cassação do alvará de funcionamento e multas que variam de R$ 2 mil a R$ 30 mil, com valores destinados ao Fundo Penitenciário Nacional (Funpen). Pessoas físicas também enfrentam multas de R$ 500 a R$ 2,5 mil, dobradas em caso de reincidência, com recursos destinados à segurança pública de estados e municípios. Essa abordagem robusta visa criar uma rede de proteção e um ambiente mais seguro para todos.

A aprovação do Projeto de Lei 402/11, que visa banir as linhas cortantes do cotidiano brasileiro, representa uma vitória significativa na luta pela segurança pública e pela preservação da vida. O combate ao cerol e suas variantes, agora enquadrado como uma questão de responsabilidade social e legal, promete transformar a realidade de muitas comunidades, urbanas e rurais, ao assegurar um ambiente mais seguro para todos.

O zelo pelas vidas humanas, a consciência pública e a responsabilidade individual se tornam peças-chave nesta nova era legislativa. A implementação das penalidades severas e a vigilância sobre a comercialização e o uso dessas linhas cortantes demonstram um comprometimento profundo com a proteção dos cidadãos, especialmente dos mais vulneráveis, como motociclistas e crianças.

O Estado, ao promover campanhas educativas e restringir o uso das linhas cortantes a contextos industriais e científicos específicos, reafirma seu papel de guardião da ordem e da segurança. Esta legislação não apenas busca erradicar uma prática perigosa, mas também incentivar uma mudança cultural que valorize a vida e a responsabilidade.

A sociedade, agora mais armada com informações e regulamentações rigorosas, tem o poder de transformar o ambiente em que vive. A nova lei, com suas penalidades e campanhas de conscientização, é um passo decisivo em direção a um futuro onde a diversão não custe vidas e onde o respeito pelas leis e pela segurança se tornem valores intrínsecos à convivência social.

Fonte: opopulardeleme.com.br

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