Entre Números e Esperança: O Projeto que Nutre Alunos e Comunidades Rurais

Entre Números e Esperança: O Projeto que Nutre Alunos e Comunidades Rurais. Entre os corredores do Senado, o PL 414/22 avança, propondo reajuste no orçamento do Programa Nacional de Alimentação Escolar e incentivando a compra de produtos da agricultura familiar. Mais que cifras, o projeto toca no essencial: alimentar corpos e fortalecer comunidades. Uma política que, em meio à burocracia, resgata o que há de mais humano.

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8/23/20244 min read

Entre Números e Esperança: O Projeto que Nutre Alunos e Comunidades Rurais

No Senado, onde as vozes se entrelaçam em discursos e promessas, um projeto discreto atravessou as formalidades e ganhou corpo na Comissão de Assuntos Econômicos. Não era um projeto que despertava paixões ou dividia ideologias, mas sim algo que, pela sua simplicidade, carrega em si o peso da essencialidade: o reajuste anual do orçamento do Programa Nacional de Alimentação Escolar. Sob o olhar atento da relatora, senadora Damares Alves, o PL 414/22 avançou, pavimentando um caminho que ainda passará por outras comissões.

Ali, naqueles corredores de mármore e silêncio, onde tantas vezes o futuro do país parece se desenhar em tons de incerteza, a questão da segurança alimentar se ergue como uma necessidade que insiste em se fazer ouvir. “Precisamos investir no Programa Nacional de Alimentação Escolar”, afirmou a senadora, num eco que reverbera para além das paredes do Senado, alcançando a mesa de cada criança que depende da escola para ter o que comer.

O projeto é simples, mas a simplicidade, por vezes, carrega uma força singular: é naquilo que parece cotidiano que se desenham as batalhas que realmente importam. No compasso silencioso do Senado, o alimento ganha status de urgência, de prioridade, e a política, por um breve momento, se alinha ao essencial.

O impacto do reajuste projetado para a merenda escolar, calculado em R$ 192,5 milhões para 2025, R$ 176,5 milhões para 2026 e R$ 176,1 milhões para 2027, surge como uma cifra que, à primeira vista, parece apenas um detalhe no vasto orçamento da nação. No entanto, para a senadora Damares Alves, esses números carregam um significado que transcende a frieza dos cálculos. Eles representam o esforço silencioso de garantir que cada criança, em cada canto do país, possa se alimentar com dignidade e qualidade.

A defesa do PL 414/22 pela senadora é, em essência, a defesa de uma educação que vai além do quadro negro e dos livros didáticos. É a luta por uma escola que nutre o corpo e o espírito, que entende que a fome é inimiga do aprendizado. “Não há como garantir uma alimentação saudável e universal sem a preservação do poder de compra dos valores per capita repassados pela União”, enfatiza Damares, traduzindo em palavras o que se passa na realidade de milhões de estudantes.

O avanço do PL 414/22 e seu impacto na alimentação escolar e na agricultura familiar

O que está em jogo não é apenas a aprovação de um projeto de lei, mas a garantia de que, mesmo diante das incertezas econômicas, a mesa dos alunos da educação básica pública não fique vazia. Em meio aos números e às discussões, emerge a urgência de uma política que se preocupe com o básico, com o essencial. Afinal, o futuro do país, para ser verdadeiramente construído, precisa começar pelo prato que alimenta suas crianças.

No vasto campo das decisões políticas, o PL 414/22 lança suas raízes em solo fértil. Não basta apenas garantir o reajuste anual do orçamento; o projeto vai além, propondo que pelo menos 30% dos recursos destinados ao Programa Nacional de Alimentação Escolar sejam direcionados à compra de produtos da agricultura familiar. É uma medida que traz em si a promessa de nutrir, não apenas os corpos em crescimento, mas também as comunidades que trabalham a terra com as mãos calejadas e o coração enraizado em tradições.

Bruna Araújo, nutricionista infantil, vê nessa proposta mais do que uma simples política pública; ela enxerga uma possibilidade de transformação. “Os alimentos provenientes da agricultura familiar costumam ter menos agrotóxicos, são mais frescos e menos processados”, explica. São esses alimentos, vindos de pequenos produtores, assentamentos da reforma agrária, comunidades indígenas e quilombolas, que podem oferecer uma nutrição mais rica e saudável para milhões de crianças e adolescentes.

Os números são expressivos: anualmente, mais de R$ 5,5 bilhões são repassados pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) para o Pnae, beneficiando cerca de 39 milhões de estudantes. Mas, por trás dos números, está a realidade de quem depende desses recursos para sobreviver e crescer. A agricultura familiar, com suas práticas sustentáveis e seu compromisso com o meio ambiente, não só alimenta as crianças, mas também fortalece as raízes da economia local, gerando empregos e renda para quem mantém viva a tradição do cultivo da terra.

No coração do Senado, onde as decisões moldam o destino de um país, o PL 414/22 desponta como uma semente promissora. Aprovado na Comissão de Assuntos Econômicos, ele ainda precisa percorrer o caminho das Comissões de Assuntos Sociais e de Educação, mas já carrega em si o peso das esperanças depositadas na garantia de uma alimentação digna e saudável para milhões de estudantes.

A proposta de reajuste no orçamento do Programa Nacional de Alimentação Escolar não é apenas um ato administrativo; é um gesto de cuidado com o futuro. E ao destinar parte dos recursos para a agricultura familiar, o projeto une, em um único movimento, o fortalecimento da educação e o apoio às comunidades rurais. É o alimento que nutre os corpos jovens e, ao mesmo tempo, as tradições e economias locais que sustentam o país.

Nas palavras da senadora Damares Alves e da nutricionista Bruna Araújo, ecoa a certeza de que um país forte se constrói, antes de tudo, pela garantia do básico. O prato cheio de cada criança não é apenas uma vitória individual; é um símbolo de um Brasil que, em meio a tantas adversidades, ainda encontra forças para cuidar dos seus. A política, quando bem conduzida, tem o poder de transformar vidas, e neste projeto, encontra-se a possibilidade de fazer do ato de alimentar uma verdadeira política de Estado. Que essa semente, plantada no solo da legislação, floresça em mesas fartas e em futuros promissores.

Fonte: https://www.correiobraziliense.com.br/brasil/2024/08/6914874-avanca-projeto-que-estabelece-reajuste-anual-no-orcamento-da-merenda-escolar.html

Fonte: https://grupovirtualletras.com.br/entre-numeros-e-esperanca-o-projeto-alimentacao-escolar-que-nutre-alunos-e-comunidades-rurais/

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